Decidir sobre qual carreira seguir não precisa ser uma tarefa difícil. Veja alguns exercícios que vão ajudá-lo a traçar seu destino profissional de maneira tranquila
Mesmo antes de tirar a carteira de motorista ou título de eleitor, você já tem de decidir o que fará para o resto da vida. Esse pensamento angustia muitos alunos no momento de marcar o “x” no curso de uma universidade. Mas, calma! Nem essa escolha é imutável, nem é impossível fazê-la com segurança.
A dica dos especialistas parece simples: autoconhecimento. Se nessa idade você acorda gostando de uma coisa e dorme apaixonado por outra, essa ideia pode parecer um pouco complexa. Mas existem alguns exercícios que podem ajudá-lo a organizar os pensamentos.
O psicólogo Tiago Tamborini defende que, antes de olhar para o mercado e as oportunidades que uma carreira pode oferecer, é importante observar quais são os seus pontos fortes e os valores que você quer mostrar para o mundo. Isso é o primeiro passo para o autoconhecimento. “As pessoas pensam: escolhi e é para a vida toda. Não é assim. É preciso estar preparado para passar por algumas experiências profissionais dentro da mesma carreira, que estão em constantes mudanças.”
Em seu trabalho de orientação profissional, Tiago usa um recurso para perceber a inclinação de um jovem por um campo de atuação. “Peço para ele pesquisar sobre a profissão que lhe interessa. Se a pesquisa for feita com vontade e ânimo, significa que está no caminho certo. Se não tiver interesse já pode ser a indicação de um caminho errado”, explica.
A coordenadora pedagógica do ensino médio do Colégio Albert Sabin, Florinda Manuchaguian, concorda. Para ela, ter conhecimento sobre a profissão é um dos primeiros passos a serem seguidos pelo jovem. “Muitos já vêm desde criança sabendo o que querem fazer. Digo para os alunos indecisos não terem inveja desses colegas, porque muitas vezes eles ficam fixados nessa profissão e não se abrem para outras. Não conhecem a realidade do mercado e, no terceiro ano da faculdade, percebem que não fizeram uma boa escolha.”
Florinda chama a atenção para um aspecto normalmente esquecido pelos jovens. “A escolha profissional define a identidade pessoal e o estilo de vida. Quem faz direito, por exemplo, tem de se vestir de maneira formal. Isso deve ser levado em consideração.”
Por isso, uma das dicas de Florinda é fazer um exercício chamado de “tela mental”. Ele serve para que o aluno se veja em situações da prática profissional e perceba as respostas do seu coração
Entre dois amores
Quando já têm alguma ideia sobre a área em que querem atuar, muitas vezes os jovens ficam em dúvida entre duas ou mais profissões semelhantes. Tiago recomenda ler muito a respeito, usar a internet, pesquisar e falar com profissionais da área. “O importante é não ficar com o senso comum”, diz o psicólogo. Florinda recomenda um exercício de escrita.
E a pressão dos pais? “A minha dica é ouvir a família como se ela estivesse fornecendo dados, recursos. O jovem precisa aprender a colher informações de diversos meios e áreas, amigos, etc. e não olhar só um lado. Se forem diversificadas as opiniões, fica mais fácil”, diz Tiago.
Florinda diz que muitos pais se sentem inseguros por não conhecerem novas carreiras e com isso, sem querer, atrapalham e conduzem a escolha dos filhos.
“Os pais precisam entender que eles mostram o caminho, ma quem escolhe é o filho. É o que sempre dizemos aos nossos alunos: ‘quem sabe de você é você mesmo’.”
Exercício da tela mental
Em casa, em um ambiente calmo e isolado, mentalize estar na carreira que você escolheu, a título de exemplo, vamos imaginar que você queira ser um advogado. Veja-se em duas situações, uma de cada vez:
Performance: veja-se como um advogado, vestindo de maneira forma, entrando no Fórum.
Conteúdo: veja-se diante de um processo tendo de buscar argumentos.
Reflita como você se sentiu nas duas primeiras situações e seja sincero com você mesmo. Se não der certo da primeira vez, repita com calma.
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Se você estiver em dúvida entre mais de uma profissão
– Reúna tudo e elimine o que não é agradável. Some e veja onde sobraram as atividades mais prazerosas, na sua opinião.
– Não fique com o senso comum. Leia a respeito, pesquise na internet, fale com profissionais da área.
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Anuário Fera! Vestibular e Carreira – 2010
Editora Segmento
Ano 9
Página: 64