No dia 28 de outubro, os alunos do curso de Psicologia do UNIFOR-MG participaram de uma palestra realizada pelo coordenador do curso, Prof. Dr. Mardem Leandro Silva, sobre o tema  “Arte e Psicanálise: a história da arte e a estética da escuta”.

A aula ocorreu na Sala de Multimeios 2 e teve o intuito de explorar as interseções entre arte e psicanálise, com um enfoque específico na história da arte e na “estética da escuta” – um conceito que propõe que a escuta sensível é fundamental para a compreensão da experiência subjetiva, algo central para a prática psicoterapêutica. 

A aula demonstrou como a arte, ao longo dos séculos, não só expressou sentimentos e ideias individuais e coletivos, mas também antecipou manifestações culturais e psíquicas que posteriormente seriam reconhecidas e elaboradas pela sociedade. Para a formação psicoterapêutica, o entendimento das formas de expressão artística é essencial, uma vez que a arte funciona como um reflexo da psique humana em toda a sua complexidade, trazendo à tona conteúdos inconscientes que, muitas vezes, encontram eco nas experiências dos pacientes em terapia.

Na prática clínica, o psicólogo se depara constantemente com conteúdos simbólicos, metáforas e imagens trazidas pelo inconsciente. A arte, portanto, oferece uma linguagem visual e simbólica que enriquece a capacidade do psicoterapeuta de escutar e compreender essas expressões além do discurso verbal. Assim como a psicanálise busca interpretar os movimentos profundos do inconsciente, a arte também se apresenta como uma forma de externalização desses conteúdos. Ela, muitas vezes, revela, de forma antecipada e sutil, questões sociais e emocionais que mais tarde emergem de forma explícita na cultura. Nesse sentido, a arte oferece uma espécie de previsão psíquica, o que a torna um valioso recurso para o psicólogo em formação.

O objetivo central da aula foi sensibilizar os alunos para a importância da escuta estética e simbólica, aproximando-os das ferramentas que a arte oferece para a compreensão das narrativas individuais e coletivas. Ao desenvolver uma apreciação crítica e interpretativa da história da arte, o futuro psicoterapeuta aprimora sua capacidade de acolher e dar sentido às nuances da comunicação humana, reconhecendo, como na arte, as múltiplas camadas de expressão que compõem a experiência subjetiva. Assim, é por meio da escuta estética que o psicólogo pode acessar, em profundidade, os significados ocultos e antecipatórios que a psique manifesta em suas muitas formas.