
PROJETO PIONEIRO ATUA NA REABILITAÇÃO DA SAÚDE DE GALOS UTILIZADOS EM COMBATES DE RINHAS
segunda-feira, 18 de setembro de 2023.
Um projeto pioneiro desenvolvido na Fazenda Laboratório atua na reabilitação da saúde de galos utilizados em combates de rinhas que foram apreendidos em fiscalizações.
O projeto Galinha Feliz do Centro Universitário de Formiga UNIFOR-MG é uma ação pioneira que atende a todo o estado e dá o reforço que a Polícia Militar de Meio Ambiente precisava para combater brigas de rinhas.
Os galos da ressocialização chegam todos machucados, pois passam por um processo de violação muito grande da integridade física deles. Para mudar essa realidade, o idealizador do projeto e também coordenador da Fazenda Laboratório Prof. Dr. Dênio Garcia Silva de Oliveira, conseguiu apoio do Ministério Público e colocou em prática a ideia.
“Nós temos um termo de cooperação com o Ministério e nós temos uma planilha de custo. Os custos do projeto provêm das medidas compensatórias.”
Para eles se tornarem violentos, os animais são submetidos a vários abusos, sendo muitas vezes mutilados. Quem maltrata os animais para promover briga de rinha pode pegar até um ano de prisão.
Segundo o Ten. Flábio Andreote dos Santos: “Atualmente, em decorrência da atividade desse projeto, das ações repressivas da Polícia Militar de Minas Gerais e do policiamento de meio ambiente, essas refrações tem reduzido muito”. O projeto permite que os animais sejam destinados à reintrodução em seu habitat natural junto ao produtor rural.
Geralmente as aves apreendidas só podem ser consumidas depois de passar por uma reavaliação nutricional. Os animais sofrem com uma alimentação inadequada, com ingestão de antibióticos e outros anabolizantes, o que dificulta o processo de doação.
Em 5 anos o projeto já ressocializou quase 2 mil aves utilizadas em combates de rinhas. Só neste ano, a Fazenda Laboratório recebeu 126 galos. Eles passam por uma reabilitação física e mental e são incentivados a reproduzir para preservar a espécie. Os galos que antes ficavam trancados em gaiolas com restrição de água e comida, agora ficam soltos e se alimentam corretamente.
O aluno do curso de Medicina Veterinária Cláudio Alves, que atua no projeto, explicou que as aves passam por um processo de adaptação, onde são amansadas até que a agressividade seja reduzida com o tempo.
Um outro passo do projeto é melhorar a qualidade da espécie através do cruzamento entre os galos índios e as galinhas caipirão. Com a ajuda da EMATER, as aves são doadas para produtores familiares que têm interesse em melhorar o plantel. Esses animais são todos microchipados.
O Prof. Dr. Dênio Garcia Silva de Oliveira explica: “A EMATER encaminha o produtor para nós. Então o pessoal traz a documentação, assina um termo de doação responsável, recebe o número do microchip e recebe as aves, que são doadas para reprodução”.